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Sete dos dez bilionários mais jovens do Brasil em 2025 são herdeiros da WEG, gigante de Santa Catarina. 

Metade dos jovens bilionários brasileiros vem de SC

Entenda como a empresa se tornou uma fábrica de fortunas e o que isso revela sobre a concentração de riqueza no país.

Uma notícia recente chamou bastante atenção no cenário econômico nacional: sete dos dez bilionários mais jovens do Brasil em 2025 são herdeiros da WEG, uma empresa com sede em Jaraguá do Sul (SC).

Esse dado impressionante revela muito sobre a força da indústria familiar catarinense e os mecanismos de sucessão de riqueza no país.

A origem desse fenômeno: a WEG como “fábrica de bilionários”

A WEG, multinacional fundada em 1961 pelos catarinenses Werner Ricardo Voigt, Eggon João da

Silva e Geraldo Werninghaus, cresceu e se consolidou ao longo das décadas como uma gigante no setor industrial: produz motores elétricos, transformadores, geradores, sistemas de automação e tintas industriais.

O diferencial está na estrutura acionária familiar, que permitiu a sucessão de patrimônio entre gerações. Isso resultou em uma verdadeira “fábrica de bilionários”: em edições recentes da Forbes, eram 29 acionistas da família na lista dos bilionários brasileiros, todos herdeiros ou descendentes da WEG. 

Os bilionários mais jovens: quem são e que fortuna têm?

Segundo a reportagem do Terra, baseada na lista da Forbes divulgada em 28 de agosto de 2025, os jovens bilionários mais recentes do Brasil são:

  1. Amelie Voigt Trejes (20 anos) – patrimônio estimado em R$ 3,4 bilhões – origem: WEG
  2. Lívia Voigt (20 anos)R$ 6,6 bilhões – WEG
  3. Felipe Voigt Trejes (23 anos)R$ 3,6 bilhões – WEG
  4. Pedro Voigt Trejes (23 anos)R$ 3,6 bilhões – WEG
  5. Helena Marina da Silva Petry (23 anos)R$ 1,9 bilhão – WEG
  6. Ana Flávia da Silva Petry (26 anos)R$ 1,9 bilhão – WEG
  7. Dora Voigt de Assis (27 anos)R$ 6,6 bilhões – WEG
  8. Pedro Franceschi (28 anos)R$ 3,3 bilhões – fonte: fintech Brex
  9. Izabela Henriques Feffer (28 anos)R$ 2,3 bilhões – fonte: Grupo Suzano.

Destacam-se então os sete herdeiros da WEG e somente duas exceções fora desse núcleo familiar:

Pedro Franceschi, fundador da fintech Brex, e Izabela Feffer, ligada ao Grupo Suzano.

Por que isso é tão significativo?

1. Acúmulo e retenção da riqueza familiar

A WEG adotou ao longo dos anos uma política acionária clara: manteve participação relevante nas mãos dos fundadores e autorizou uma sucessão que beneficiou diretamente os descendentes.

Esse modelo preservou o patrimônio e permitiu que jovens executores se tornassem bilionários antes mesmo de constituírem carreira ativa.

2. Aos poucos, a sucessão se confirma

Embora os bilionários listados hoje sejam predominantemente herdeiros, poucos ainda ocupam cargos de liderança na empresa.

O processo de sucessão, portanto, aparenta ser cauteloso e planejado, sustentando a estabilidade.

3. Diversidade de trajetórias

A presença de Pedro Franceschi, pioneiro dentro do Brasil entre os bilionários mais jovens que edificaram sua fortuna por meio do empreendedorismo (no caso, com a fintech Brex), ressalta o contraste entre a tradição e a inovação como fontes de riqueza. 

Contexto regional: Santa Catarina como celeiro de bilionários

Santa Catarina se consolidou como um dos estados brasileiros com maior concentração de bilionários.

Em 2024, por exemplo, eram 34 catarinenses na lista da Forbes, sendo 29 herdeiros da WEG.

Embora o número tenha reduzido em edições posteriores (que indicam seis catarinenses entre os bilionários mais recentes), o legado da WEG segue evidente. 

O que isso diz sobre o Brasil de hoje?

  • Concentração de riqueza: A estrutura familiar da WEG evidencia como uma empresa pode concentrar fortunas expressivas e distribuí-las entre herdeiros com base em ações.
  • Legado e responsabilidade: Jovens bilionários com heranças significativas possuem até agora pouca exposição pública ou empresarial, o que pode sinalizar uma preparação cautelosa para o futuro.
  • Inovação também gera riqueza: Franceschi representa a possibilidade — embora ainda pouco frequente — de jovens construírem fortunas pela própria iniciativa, especialmente na tecnologia e fintech.

Conclusão

O fato de 7 dos 10 bilionários mais jovens do Brasil em 2025 serem herdeiros da WEG, empresa de Santa Catarina, ilustra dois caminhos distintos de ascensão à fortuna no país: um, pelo legado familiar estruturado; outro, pela inovação e empreendedorismo.

Esse contraste aponta não só a solidez do modelo industrial-familiar da WEG, mas também a emergência de um novo perfil de bilionário no Brasil.